No final dos
anos 60, surgiu na Alemanha um movimento associado ao rock progressivo
intitulado Krautrock, designação criada devido à dificuldade em associar
todos os novos projectos germânicos a este género, mercê do uso que faziam do
improviso proveniente do free jazz e de uma obsessão com a electrónica.
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Ralf Hütter e Florian Schneider |
Hütter e Schneider sempre foram a principal força criativa do projecto e raramente falavam à imprensa musical. Numa rara entrevista concedida ao malogrado crítico de música Lester Bangs, afirmam:
“Gostamos de ignorar o público enquanto tocamos e de nos concentrarmos totalmente na música. Estamos muito interessados na origem da música, a fonte da música. O som puro é algo a que gostaríamos muito de chegar.” [...] “Criamos a partir da língua alemã, a língua nativa, que é muito mecânica, usamo-la como estrutura básica da nossa música. O mesmo se passa com as máquinas das indústrias da Alemanha.”
Depois dos Kraftwerk, foram os punks os primeiros a incorporar sintetizadores. O desbaste que o instrumento operara no processo de composição musical tornou-se presa fácil da filosofia “DIY”. Daqui nasceram as bandas electrónicas que dominariam os anos 80 como os Depeche Mode, Human League, Soft Cell, Pet Shop Boys e por adiante. Feito extraordinário se nos lembrarmos que por detrás dos Krafwerk estava o trabalho de Stockhausen e Schaefer, os verdadeiros pioneiros da electrónica.
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